Muitas vezes achamos que o nosso trabalho nos define e que contém em si todas as respostas para que as coisas nos corram bem.
Não é à toa que quando nos apresentamos, colamos ao nosso nome a nossa profissão e muito raramente, nos apresentamos dizendo quem realmente somos, o que gostamos, o que é importante para nós…
É ao trabalho que vamos buscar reconhecimento, em que apostamos as nossas fichas, é dele que esperamos recompensa e autoridade.
E quando nos trocam as voltas e sentimos que nos puxam o tapete? Quando deixa de existir um trabalho que nos defina? Quando deixamos de nos identificar?…. Até gaguejamos cada vez que nos temos que apresentar.
Parece que fomos atropelados, que mal respiramos, que não há luz ao fim do túnel. Perdidos na rotina dos dias, num mundo que teima em girar enquanto parece que estamos suspensos num limbo.
Acredito hoje, que somos muito mais do que a dimensão Trabalho, que esta não nos define, não é tudo o que nós somos, é apenas mais uma parte de quem somos.
Diz a mente racional e a crença instalada que sem trabalho não há dinheiro, não é isto que desafio, pois todos temos contas para pagar…
O desafio é mesmo quando nos tiram o tapete, quando nos sentimos despidos de quem julgamos ser, acreditarmos e sabermos e recordarmos que somos muito mais do que só e apenas aquilo, que somos capazes de coisas maravilhosas e que mais cedo ou mais tarde, vamos voltar a encontrar um lugar ao sol, ainda que este, possa eventualmente ser diferente daquilo que conhecemos.
Chorar as lágrimas e frustrações guardadas, mas depois pedir ajuda, encontrar alternativas, entender que temos em nós várias vertentes, que as coisas são relativas, aceitar o que não podemos mudar e lutar, lutar sempre para mudar o que depende de nós, lutar para sorrir…um dia de cada vez…
Atreves-te a acrescentar mais um capítulo à tua história?